
O fim do prazo de inscrição dos principais vestibulares, quando os alunos devem definir a carreira a seguir, e a proximidade das provas costumam alterar o ânimo dos vestibulandos.
A receita para evitar a “outubrite” é unanimidade entre os professores: momentos de prazer no lugar de algumas horas de estudo a menos são fundamentais. Adotar um hobby e relaxar são dicas-chave para evitar ou sobreviver à crise. Caso contrário, é como digitar um monte de informações numa tela de computador sem apertar a tecla salvar. Esse “salvar” só vem com descanso e lazer – explica o psicólogo Fernando Elias José.
Ela sofre de “outubrite”!
São raros os convites aceitos pela vestibulanda Maria Clara Paiva Garcia, 18 anos, para sair com os amigos.
– No máximo, vou comer uma pizza – diz a estudante, que está no primeiro ano de cursinho.
Enquanto os amigos saem para dançar, Maria Clara vê filmes em casa. No resto do tempo, a menina só estuda,“ se estressa e chora’’, segundo suas próprias palavras.
A aflição, que teve início no começo do ano, foi se intensificando e chegou ao extremo com os últimos dias de inscrições para a Fuvest, em São Paulo. Maria Clara, que queria tentar vestibular para Direito, foi chorando e pensando, até trocar de opção. Acabou escolhendo Ciências Sociais.
– Fiz orientação vocacional, mas não tenho certeza. Acho que só na faculdade mesmo dá para ver se o curso é o que a gente quer – diz,indecisa.
O drama enfrentado por Maria Clara é tão comum que ganhou até nome dos educadores. É a outubrite.
– É nossa conhecida (outubrite). As inscrições dos vestibulares acabam e as dúvidas aparecem – afirma Tadeu Terra, diretor do Sistema COC de Ensino, de São Paulo.
Segundo ele, as crises de outubro surgem por duas razões: o peso de decidir a carreira e o questionamento sobre o aprendizado das disciplinas. Para a psicóloga e orientadora vocacional Maria Stella Sampaio Leite, dúvidas e cansaço são normais nesta época do ano:
– O vestibular é uma etapa de teste e, como tal, exige certa dose de tensão. Só que não é questão de vida ou morte. É preciso estudar, mas também é necessário saber que talvez não dê certo.
O diretor do COC tem visão semelhante. Segundo Terra, o vestibulando passa a ver a aprovação como uma obrigação familiar:
– O vestibulando acredita que não passar significa decepcionar a família. É muito peso, e uma hora o estudante não aguenta.
O que fazer?
Escola
- A ansiedade nesta época do ano é normal, as escolas devem estar preparadas, com profissionais especializados, para identificar os casos que extrapolam essa normalidade
- É preciso conversar com o aluno e individualizar o atendimento
- Dependendo do caso, a escola pode chamar os pais para uma conversa
Pais
- Não podem transferir a ansiedade que sentem para os filhos
- Devem tentar mostrar que o vestibular é uma etapa importante da vida, mas que não passar não é o fim do mundo
- Precisam incentivar os filhos a dosar horas de estudo e de lazer
Amigos
- A maioria dos vestibulandos se sente mais confortável para desabafar com colegas do que com pais e professores
- Só o fato de dar atenção para as reclamações do colega já ajuda
* Matéria publicada no caderno Vestibular ZH do dia 13/10/2010
Um comentário:
Vlw pela força professor!
mas bom senso com relação aos estudos é foda, com tanta aula fica difícil ñ se matar depois de perder um dia inteiro por causa de alguma junção. Mas é a vida!
flw's
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